Projetos Sociais
Eles não são conhecidos do grande público e não tem dinheiro suficiente para desenvolverem ainda mais a modalidade que amam, mas aproveitam toda ajuda que recebem para investirem nos talentos que vão surgindo nos núcleos esportivos que sustentam com dificuldade. E, com a confirmação do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, Sebastião e Cláudio sonham em ver os jogadores de badminton de seus projetos sociais disputando a competição máxima do esporte mundial.
O Projeto Miratus - Centro de Treinamento de Badminton nasceu dos esforços de Sebastião Oliveira, um ex-interno da Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (Funabem), e suas economias. O projeto tem como objetivo lutar contra a falta de oportunidades e a ociosidade das crianças, jovens e adolescentes da favela da Chacrinha - localizada em Jacarepaguá, Rio de Janeiro -, contribuindo para a diminuição da evasão escolar. A concepção está baseada na valorização dos jovens e na recuperação de sua auto-estima através do esporte.
Segundo Sebastião, todo o esforço é recompensado pela transformação na vida das crianças e adolescentes que se empenham na prática do esporte. “As mudanças são visíveis na vida escolar e no comportamento dos jovens. Eles percebem que treinam e conseguem bons resultados, e que isso desperta vontade de estudar para serem os melhores também na sala de aula. Essas crianças precisam de oportunidades e estão mostrando valor.”
Longe dali, em Duque de Caxias, mas também mantido por um abnegado, o Centro de Treinamento Esportivo de Badminton Cometa foi criado por Cláudio Oliveira Santos, um jovem formado em Educação Física e pós-graduando em Educação Física Escolar com ênfase em Aventura e Ludicidade. O projeto desenvolve atividades físicas, educativas e sociais, visando inclusão social, integração, educação, além da descoberta de novos talentos. Atende, atualmente, 80 jovens, entre 7 e 18 anos.
“O Cometa trabalha com crianças que nunca tiveram uma vivência em competições oficiais e mesmo assim já apresentam um badminton competitivo. Em nosso 1° ano de torneio ficamos em 7° no ranking estadual; no 2° ano foi bem melhor, pois ficamos em 4° lugar; e neste ano, que é o 3°, atualmente estamos em 3° lugar na classificação geral. Com isso vejo uma participação muito boa de nossas crianças”, diz Cláudio.
Mas, apesar do otimismo e da melhora do jogo dos atletas, a situação não é fácil, pois, com o orçamento reduzido e sem o apoio de nenhuma empresa, Cláudio, que conheceu o badminton fazendo um curso de capacitação para professores e estudantes de educação física promovido por um órgão municipal de Duque de Caxias, administra o projeto apenas com doações dos membros, amigos e professores da instituição. Em Jacarepaguá, a situação não é diferente. Apesar de no último Pan-Americano Júnior de Badminton realizado em agosto de 2009, em Porto Rico, o Brasil ter conquistado 12 medalhas e dentre estas, os atletas do Miratus, que, com nove jogadores presentes na competição, foram responsáveis pelas seis medalhas de jogadores do Rio de Janeiro.
“A delegação brasileira esteve em Porto Rico com 40 atletas e, dentre estes, 10 eram do Rio de Janeiro, sendo que nove moram na comunidade da Chacrinha. A outra menina – Bruna Cavalcanti – não é daqui, mas vem sempre treinar no Miratus. A equipe brasileira nunca esteve tão bem preparada. Nossa meta é formar um medalhista olímpico. Seria a concretização de um ideal de vida ver um atleta brasileiro no alto do pódio nas Olimpíadas de 2016”, fala Oliveira.
Para Ricardo Nagato, presidente da Federação de Badminton do Rio de Janeiro, o sonho de Sebastião é possível de ser concretizado, pois o Rio de Janeiro tem um forte trabalho de base. “Os atletas cariocas estão entre os melhores das Américas nas categorias de base. Se a evolução continuar, com o tempo, eles estarão entre os melhores da categoria adulta e terão chances reais de brigarem por medalhas nas principais competições. E, estamos investindo cada vez mais na divulgação do badminton para que mais crianças se interessem pela modalidade”, finaliza Nagato.
Fonte: Assessoria de Comunicação da FEBARJ.
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